“O jejum aumenta a resistência das células normais para a quimio e radioterapia” Fatores relacionados à dieta e estilo de vida são os principais determinantes do risco de desenvolver câncer. Estima-se que a obesidade seja responsável por cerca de 14 a 20% de toda a mortalidade relacionada ao câncer. Há muito tempo sabemos dessa relação entre obesidade e câncer, e o papel fundamental que a insulina tem nesse sentido. Há pelo menos 13 tumores que estão diretamente ligados à obesidade. São eles: mama, endométrio, ovário, esôfago, estômago, fígado, vesícula, pâncreas, intestino grosso, meningeoma, mieloma múltiplo, rim e tireoide. O tecido adiposo é ativo do ponto de vista hormonal e produz uma série de proteínas inflamatórias, que levam a um processo de inflamação crônica. E isto pode ser identificado em alguns exames laboratoriais, como aumentos na proteína C reativa (PCR) ou aumentos dos níveis de ferritina. Essa inflamação pode ser um processo-chave pelo qual a obesidade promove o câncer (…). A vulnerabilidade das células cancerosas à privação de nutrientes e sua dependência de metabólitos específicos são marcas registradas emergentes do câncer. O jejum ou as dietas que mimetizam o jejum levam a grandes alterações nos fatores de crescimento e nos níveis metabólitos (como redução dos níveis de glicose, IGF1, insulina e leptina, e aumento dos níveis de adiponectina), criando um ambiente que pode reduzir a capacidade das células cancerígenas se adaptarem e sobreviverem, melhorando os efeitos da terapia contra o câncer. Além disso, o jejum aumenta a resistência das células normais para a quimio e radioterapia. Durante o jejum, há um decréscimo nos níveis de insulina e aumento da produção de corpos cetônicos (…). Estas respostas podem reduzir a inflamação, estresse oxidativo, tumorigênese e envelhecimento. _______ Gostou do conteúdo? Esse foi um trecho do capítulo “Jejum e câncer”, presente no E-book “Jejum intermitente: aspectos históricos e aplicações clínicas”, de autoria do Dr. Carlos André Bastian. |